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O documentário Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now! (2012), dirigido por Ninho Moraes e Francisco César Filho, foi a última sessão do CineFuturo e participou da cerimônia de encerramento do festival. Estreando nos cinemas baianos, um outro lado do tropicalismo retratou por meio de imagens e personagens que vivenciaram o estouro de emoções do movimento tropicalista, e regeram a transgressão brasileira nas artes da década de 1960 em pleno regime militar.



Ninho Morais, que desenvolveu a direção geral, roteiro e concepção estética, é mestre em audiovisual pela Universidade de São Paulo (USP). Formado em jornalismo, iniciou sua carreira como cineasta  em 1986, dirigindo curtas-metragens. Desde 1980, contudo, trabalha na televisão. O paulista Francisco César Filho é cineasta, curador e assessor de comunicação.Seu nome é reconhecido nos meios dos festivais de cinema no Brasil, sendo criador e organizador da Mostra do Audiovisual Paulista e diretor do Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo.

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Com linguagem irreverente, filme Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now! tem premiere na Bahia

Documentário sobre o Tropicalismo encerrou
as atividades do Festival de 2012

Em uma breve entrevista para o Festival CineFuturo, o diretor Ninho Morais falou mais sobre o documentário, de onde veio a ideia de desenvolver o tema do tropicalismo e sua expectativa quanto a aceitação do público baiano.​



CineFuturo: De onde veio a ideia de explorar o tema do tropicalismo?

Ninho Morais: A ideia surgiu durante as comemorações dos 40 anos do Tropicalismo, em 2007. A intenção era construir um olhar diferenciado para um movimento que não foi apenas musical, mas cultural em todos os sentidos, da moda até o cinema, do comportamento até as artes plásticas.

CF: Como veio a concepção estética no longa-metragem? Como foi o processo de construção do documentário?

NM: A construção foi feita a partir de um olhar do século 21 para o passado. Por isso, o nome Futuro do Pretérito - Tropicalismo Now!... Ou seja, o tropicalismo hoje em dia, com a construção de um enredo que refletisse sobre o advento das novas tecnologias. Especialmente a digital, que possibilitou a realização de muitos objetivos perseguidos na época. Quem afirma isso numa das entrevistas é o pensador Celso Favaretto, que pesquisa o tema desde o início dos anos 70. Celso é professor de filosofia na USP.

CF: Como foi a parceria com Francisco César Filho?
NM: Muito boa, na medida em que ele atuou como um diretor-produtor, enquanto eu construía a parte artística e cultural. Assim acontece em muitas parcerias. Só para citar, a relação entre Beto Brant e Renato Ciasca, ou a dos irmãos Coen.

CF: O documentário tem a intenção de chegar a um fim? Uma conclusão?
NM: Não, não é a finalidade de qualquer filme. Tropicalismo Now! funciona como um ensaio cinematográfico, em busca de várias opções estéticas.

CF: Não colocar depoimentos de grandes nomes do movimento, a exemplo de Tom Zé, Mutantes e Caetano, tem como objetivo mostrar o lado menos pop do tropicalismo? O documentário tem essa intenção?
NM: Sim, na medida em que os depoimentos das pessoas que participam transformam o "biografado" em foco. O que interessa é o que eles fizeram, não o que buscavam.

CF: O que você espera da reação do público baiano com o seu documentário?
NM: Espero que seja muito boa, já que mostra a importância de algo que surgiu num momento especial da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que foi centro motor de criações feitas pela arquiteta Lina Bo Bardi e pelo músico Kohlrauter (na arte atonal), além de grupos de teatro, cinema e artes plásticas. O músico e professor José Miguel Wisnik destaca esta função da UFBA na gênese do tropicalismo, já que seus criadores principais como Tom Zé, Caetano e Gil vivenciaram este momento.

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